terça-feira

M'rock

Não sei porque voltas, porque te voltas e afastas, porque do nada me agarras e me soltas no mesmo segundo.
Não sei porque me ignoras, tu rapazinho!
Não sei por onde andas, demandas e indagas, o que escreves e depois apagas, o que cantas como tua musica de glória, quando a letra não é tua, quando ainda te pões nua, numa qualquer vitória, que não passou senão de puta história. Tu não meu rapaz, tu não!
Que viagens são essas que tanto evocas, que não passam senão de épicos de avós, contadas por eles e ouvidas por nós, onde já dormimos sobre manto riscado, mais roto que rasgado, mais sujo que usado, mais velho que cansado...o que inventas tu agora?
Inventas que muito viajaste e pouco viste, que o teu chegar a casa é diferente dos nossos, que as tuas paredes contam outras cores e outras memórias, mais que as imagens desenhadas na carteira, onde chegas e queimas na fogueira, dizes tu que é passado! Só porque as apagaste?
E então e as recordações, mais escritas que em canções, mais faladas que cantadas, arranhadas e desafinadas, compostas por um menos Mozart, ou Sting, um take it ou bring.
E quantas línguas tens? O português, e espanhol, o italiano ou francês, o inglês ou é pura apequenes. Não te enganes rapaz! Não és único, és um...
E um que só pouco faz, que mais que tira ainda trás, que mais se dá e menos se deu, como a mãe que faleceu. Continua a fugir...
E se te digo que um dia quererás, mesmo que não sejas capaz, esse dia da espera padeceu, da noite como o breu, este amor que não morreu...
Mas rapaz, para te esquecer, basta-me tirar os óculos!