quinta-feira

Filho da Terra

Entras pela luz da fogueira,
Numa dança que te clareia,
Bates os pés na terra com dureza,
Levantas os pós da certeza.

Embalas uma canção nunca vista,
Dança de pernas egoísta,
Arrancas cabelos em soltura,
Num movimento que perdura.

Iluminas a floresta apagada,
Numa coreografia pouco ensaiada,
Tornas o frio em coisa quente,
Carregas o meu futuro no ventre.

Fogo que te move, vê e aquece,
Levanta-se a chama que me enlouquece,
Juntamos os corpos em acto comum,
Na única dança em que fomos um.