quarta-feira

PG

Bem sei que os relógios se encontram duas vezes por dia, que as roupas que ontem usaste jamais as voltarás a vestir, que as confidências em 9 horas de olhares não passavam de escapadelas de um outro mundo que não o meu.

Que os tambores apenas falam em inglês, que o sentar no chão é apenas para estrangeiros, o ser se desconhecido de todos os monumentos nos fazem pensar que somos especiais e nunca vistos.

Bem sei que o voltar a casa não é para sempre, é o entrar com o corpo e sair com a alma, é beber água a pensar no vinho, é ter fome e não comer.

Nunca se volta a uma casa onde nunca existiu o sangue, onde nem os cabelos se encontram.

Esse teu sangue não é o meu, nem chega a ser o teu, esse latejar de nervos miudinhos de quem veio para não ficar.

Como agarrar para deixar cair, segurar para mais tarde largar.

Depois há os resistentes, os que guardam para não deixar fugir, os lembrados que não se deixam ir, porque melhor que não querer ficar, é saber que se quer partir.