terça-feira

Arquitectura da fuga e a revira-volta.

Bates me no peito com a força de um canhão,
Arcos em quebra com a força da pressão,
Pressa na ida num arqueamento natural,
Falas do teu tempo que nunca foi igual.

Desenhas a cúpula por onde queres sair,
Guardas martelos que te ajudam a fugir,
Rasgas projectos para omitir o pecado,
Deixas as marcas a quem te quer guardado.

Aceleras os ponteiros em tempo recorde,
Esqueces o passado para que nada te demore,
Decoras as paredes com um branco puro e limpo,
Esqueces te de mim e daquilo que sinto.

E se mais tarde a cúpula desabar,
Revives os anos que não soubeste cantar,
Reconstróis impérios feitos de água e xisto,
Relembras a casa, onde ainda hoje existo.