terça-feira

Areia lunar

Caio no areal como sombra imersa,
Areia fina entregue aos meus,
Sobrevivo na cruz de uma alma adversa,
No mesmo sonho que o dele e os teus.

De que me serve essa areia de desventura,
Se a tudo o resto me guardei,
Se é sonho o meu então eterno dura,
É nesse sono a que depressa regressei.

Triste mesmo é viver numa casa,
Descontente com o mesmo "lar",
Neste sonho é o bater de asa,
Planar sobre pedras e flores e arrasar no mar.

Triste de quem não é feliz,
Porque reclama uma vida dura,
Nada na minha alma assim o diz,
O ser se na vida é obra na sepultura.